Mariana Lima sobre o amor de Ilana por Gabriela: “Viverá drama dessa sociedade que não consegue se assumir gay”
Atriz fala que personagem da trama das 9 passará por processo de autoaceitação por conta do tabu ainda latente
31 de dezembro de 2021 00h47
A história de Ilana (Mariana Lima) ainda terá muito “pano para a manga”, em Um Lugar ao Sol, ainda mais quando ela se apaixonar pela médica Gabriela (Natália Lage). Grávida de gêmeos, nos próximos capítulos, a dona da agência enfrentará outra crise no casamento com Breno (Marco Ricca). É que ela será informada por Gabriela que um dos bebês não está se desenvolvendo da mesma forma que o outro. Breno opta por antecipar o parto.
Mas quando a cirurgia está prestes a acontecer, Gabriela conversa com Ilana, e ela decide esperar que a natureza mostre qual o melhor momento para ter os filhos. Durante sessão de terapia, Breno até insinua que a esposa teve um caso na juventude com a média. Eles decidem que Gabriela não será mais a médica deles. Mas no dia do parto, Ilana exige que a cirurgia seja feita por Gabriela. Depois, muitos fatos ainda acontecerão até Ilana se dar conta de que sente algo a mais por Gabriela.
Mariana Lima falou sobre o assunto em coletiva online.
CASAMENTO COM BRENO EM CRISE
"É um casamento longo que passa por muitas coisas, mas eu não acho que é um casamento falido. Antes de ter essa crise, eles vão passar por muitas coisas. E a história deles é muito interessante e paradigmática de muitos casais. A Ilana colocou o tesão dela, a libido toda no trabalho. E o relógio biológico bate pra ela. E é um relógio biológico que também é social, é uma demanda da sociedade, que as mulheres em algum momento engravidem. Eu tenho amigas com 40 anos, mais novas do que eu, que estão enfrentando essa pressão. Mas e agora? Vai ser mãe ou não? Se não for agora... A Ilana passa por um processo dolorosíssimo, descongelar óvulo, tomar hormônio, e as reações desse hormônio..."
As atrizes Mariana Lima e Natália Lage. Foto: Montagem
RELAÇÃO HOMOSSEXUAL E AUTOACEITAÇÃO
"As consequências dessa gravidez no casamento acabam levando essa mulher, que é uma heterossexual convicta, que nunca se imaginou com uma outra mulher, que nunca vislumbrou essa possibilidade no próprio corpo, a passar por essa crise de autoaceitação e da aceitação de isso, infelizmente, ainda ser um tabu na sociedade. As pessoas têm me perguntado, você acha que a sociedade está mais pronta agora do que quando foi a última vez com a dona Fernanda (Montenegro) e a dona Nathália (Timberg) em Babilônia? Eu não sei dizer, me parece que não. Se essa sociedade elegeu Bolsonaro, ela me parece pouco tolerante. Mas, ao mesmo tempo, a Lícia (Manzo - autora) escreveu uma personagem que vai viver o drama dessa sociedade que não consegue se assumir gay. Ou assumir que seu filho, sua mãe, sua irmã, você mesma seja, tenha uma inclinação bissexual ou puramente sexual por um outro sexo. É por aí... No final se desenha esse trio, mas vocês verão muita coisa ainda desse casamento de Ilana e Breno."
