Crítica: Quanto Mais Vida, Melhor! tem estreia ágil e elenco afinado

A trama das sete é escrita por Mauro Wilson e tem direção artística de Allan Fiterman


23 de novembro de 2021 04h18

Foto: Globo/João Miguel Júnior

Por Luciana Marques

O primeiro capítulo da nova trama das 7 Quanto Mais Vida, Melhor!, de Mauro Wilson, surpreendeu (tirando a cena do início, do avião desgovernado, que destoou da qualidade da obra). Foi ágil, sem enrolação, dinâmico e com bons ganchos. A história de cada personagem foi apresentada no tempo certo e de forma correta. Ponto aí para o maestro da obra, Allan Fiterman. Já o elenco é um aplauso à parte. Os quatro protagonistas arrasam nas propostas de seus personagens.

Vladimir Brichta, sempre ótimo na comédia, com bons trejeitos e aquela piscadinha de “eu sou o cara”, mostrou que bate sempre um bolão. Aliás, a casa de Nedda, papel da hors concours Elizabeth Savala, com duas ex-noras (Micheli Machado e Carol Garcia), duas netas (Agnes Brichta e Sara Vidal) e o agente do filho, o sempre maravilhoso Marcos Caruso, promete bons momentos.  

Mateus Solano, um dos nossos grandes das artes, já chegou arrepiando na cena da cirurgia de seu arrogante médico, com aquela trilha erudita... Tocou fundo no coração da gente. Aplausos para a potência de Bárbara Colen em cena, como a Rose, e Matheus Abreu, o Antônio, que em uma só sequência já mostrou que o papel será marcante.

Giovanna Antonelli, como a Miranda Priestly tupiniquim, está di-vi-na. E o embate com Julia Lemmertz, com as pausas marcadas, foi aquela cena que num teatro receberia aplausos de pé. Nina Tomsic, que faz a filha de Paula, já chegou chegando, cortando o cabelo em cena... E Valentina Herszage? Que atriz! Foi de sensual, a trambiqueira e a desesperada na queda do voo, de forma leve e segura, provando que é realmente uma das grandes de sua geração.