Mumuzinho traz “sofrência alegre” no novo álbum Playlist: “No dia a dia, tá faltando amor”

No trabalho em que volta ao estilo romântico, o cantor mostra ainda parceria com o Sorriso Maroto


07 de fevereiro de 2021 00h37

Foto: Divulgação

Por Luciana Marques

Expoente do samba e do pagode, Mumuzinho aproveitou a pandemia para criar um álbum que há muito tempo já imaginava, reunindo tudo o que o público gosta em seu trabalho. Em Playlist, ele traz o que chama de “sofrência alegre”, em sua volta ao romantismo. “As pessoas dizem, Mumu, você é um cara animado, que fala de amor com alegria. Então, acho que consegui juntar tudo isso nesse álbum, trazendo uma irreverência minha”, conta ele. Na canção Playlist, já disponível em todas as plataformas digitais, ele aparece no clipe interpretando diversos personagens, bem à la Eddy Murphy.

Em coletiva online sobre o trabalho, o cantor também revelou que a esposa, a empresária Thainá Fernandes, foi grande inspiração para o álbum. “Eu posso dizer que o meu casamento com a Thainá contribuiu não só com o meu disco, mas com a minha vida”, afirma. O disco tem sete faixas românticas, uma delas, Um Cara Apaixonado, tem a participação de Bruno Cardoso, vocalista do Sorriso Maroto, que também é um dos produtores do álbum. A cada semana, será lançado um clipe novo. No bate-papo, Mumuzinho também falou sobre a felicidade de ser um dos técnicos do The Voice+.

O que o público pode esperar de Playlist? Acho que esse álbum unifica todo o meu processo de carreira, pelo fato de saber o que o povo gosta de consumir do meu trabalho. Ah, Mumu, você é um cara alegre, que fala de amor com alegria. Eu acho que eu consegui juntar tudo isso nesse álbum, trazendo uma irreverência minha. Playlist é uma música que eu queria inovar no clipe, tipo cinema americano, até mesmo como Eddy Murphy faz, com vários personagens. Eu acho que pelo momento que a gente está passando, de pandemia, é um disco que quem ama samba, pagode, a galera vai consumir muito, porque é um disco muito comercial, com os refrões fortes.

Mumuzinho e Bruno Cardoso, do Sorriso Maroto. Foto: Divulgação

Quais artista você usou como referência nesse trabalho? O Péricles, o Dilsinho, que é um cara que me ajudou muito. O próprio Thiaguinho soma muito nessa modernidade de falar de música romântica.

Além dos músicos mais jovens, você também transita bem com veteranos, né? Exato. Eu já gravei com Péricles, Arlindo Cruz, Alcione, Dudu Nobre, Xande de Pilares, claro, ainda falta muita gente, Jorge Aragão, Diogo Nogueira... Não falo que eu sou sambista, eu sou pagodeiro, e para a galera do samba eu sou mensageiro, eu passo a mensagem do samba, mas não sou sambista, não tenho esse know how ainda. Mas essa galera nova é justamente a referência da galera que está fazendo um bom trabalho aí.

A Thainá Fernandes, sua esposa, tem muita influência nesse trabalho, na sua volta ao estilo romântico? Eu posso dizer que o casamento com a Thainá contribuiu não só com o meu disco, mas com a minha vida, o meu caráter. Ela me ensinou muito, fez eu me tornar um homem de verdade, com responsabilidade. Me deu alegria e tranquilidade para eu crescer muito na minha vida profissional. Tem muita coisa boa acontecendo e ela tem 50% nisso aí.

Você tem muitas canções alegres, mas você acha que nesse momento de pandemia, as pessoas estão precisando cantar, ouvir e falar mais de amor? Com certeza, o que tá faltando aí é amor. A gente vê isso no dia a dia tá faltando mais amor, humildade. Acho que a minha música, mesmo uma música romântica, eu tento colocar o povo pra cima. A Playlist é essa resposta, é uma sofrência alegre.

 

 

Estava com saudades de cantar o amor, principalmente neste momento difícil, de polarização? Eu acho que a música romântica traz uma verdade muito grande, que é a sensibilidade. A pessoa sensível coloca para fora o que sente. Acho que Playlist consegue suprir toda essa falta de sensibilidade que existe hoje. Então, eu percebo que o romantismo tem que estar todos os momentos da vida, não importa se é casado, se é solteiro, se é com amigo, se é com animal... O amor, o romantismo, a sensibilidade, isso tem que ter na vida, a humildade, o pé no chão, reconhecer a dor do outro. Eu percebo muito é que não tá tendo amor pela humanidade.

Além do lançamento de Playlist, você vive um momento especial no The Voice+. O que essa experiência tem trazido pra você e o que você levará para toda a vida? O The Voice+ foi um presente que a TV Globo me deu, de todos os projetos que eu já fiz lá. Foi uma pedra preciosa que eu ganhei. E fiquei sabendo que saiu uma crítica dizendo que nós, técnicos, não sabíamos a história de alguns participantes. Mas quando a gente aceitou o convite, nós não éramos obrigados a saber a história de cada cantor. A gente está ali pra tocar informação, pra aprender. O Mumuzinho, a Ludmilla, nós somos os mais jovens, essa crítica pra mim foi maravilhosa, porque a gente não está ali para saber da história de cada um. A gente está ali para aprender com eles. E eles são pessoas  humildes, reconhecem, estão ali botando a cara, com a maior humildade, generosidade. Então esse comentário é desnecessário. A gente troca muita informação, eles são muito verdadeiros. O programa é para se divertir, tem emoção. A gente não tá ali para ensinar nada, eu não sou obrigado a saber de nada, saber que uma cantora teve anos de carreira. Eu estou ali, justamente, para incentivar essa pessoa a voltar a sonhar, a ter oportunidade. É um aprendizado para os técnicos também, uma troca. É um presente que eu ganhei! Em todas as gravações eu choro, lembro dos meus avós, é uma coisa absurda.