Bruno Peixoto vive o homossexual Domingos no longa M8: “Fui e estou sendo instigado”

Ator exalta participação no elogiado filme de Jeferson De, que aborda preconceito e exclusão


22 de dezembro de 2020 22h54

Foto: Divulgação

Por Luciana Marques

Em seu primeiro teste, aos 14 anos, para atuar no filme Xuxa em O Mistério de Feiurinha, Bruno Peixoto não ganhou a vaga para viver o “Príncipe” de Sasha. Mas isso não o fez desistir, pelo contrário, foi o empurrão para ele começar a estudar teatro. Hoje, aos 26 anos, ele festeja um momento especial na carreira: dá vida ao homossexual Domingos, no longa M8 – Quando a Morte Socorre a Vida, de Jeferson De. A produção concorre à vaga brasileira ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Me sinto muito honrado por estar em um projeto com tamanha importância em relação aos temas abordados e o atual momento em que vivemos”, avalia ele, sobre o filme que faz refletir sobre preconceito e exclusão.

Para compor o personagem, Bruno diz ter conversado com alguns homossexuais. “Ouvi histórias lindas e também relatos horríveis de homofobia”, lembra ele. Em 2017, o ator também viveu uma experiência de sucesso na telona, em Meus 15 anos. Na produção, ele interpretou o crush da protagonista, vivida por Larissa Manoela. Mas quando indagado se prefere algum dos gêneros, diz que gosta de passear por todos. Tanto que na TV, recentemente participou de Malhação – Toda a Forma de Amar, e no teatro, do espetáculo Paraíso Perdido.

O ator nos bastidores de M8. Foto: Divulgação

O longa M8 trata de temas muito necessários de serem falados no momento. O que mais instigou você ao participar do filme? Fui e estou sendo instigado por todo o processo em relação a este trabalho. Desde o momento que fiz o teste para dar vida ao Domingos, até agora recebendo o feedback dos fãs e amigos que assistiram ao filme pronto nos cinemas. Este trabalho me incentiva a usar minha voz e minha arte para um propósito que eu acredito.

E o que mais cativou você no Domingos, como foi viver esse estudante, homossexual, livre de preconceitos? A maneira dele enxergar as coisas. Domingos é um jovem muito seguro sobre quem ele é e o que ele quer.

O que você mais aprendeu com o Domingos e a história dele, que é a de muitos jovens no Brasil e no mundo? Domingos me ensinou muito, em diversos aspectos. Aprendi mais sobre todas as formas de preconceito, sobre posicionamento consciente diante das situações do dia a dia, sobre amor, sobre silêncio. Enfim, carrego comigo muita gratidão por ter vivido este personagem dentro de um projeto tão importante.

Foto: Divulgação

Como foi a preparação para o personagem, você conversou com jovens homossexuais, alguma história te marcou? Sim, conversei com muitos durante a preparação. Escutei relatos desde as histórias mais lindas até relatos de situações terríveis de homofobia. Foi um enorme aprendizado.

Você participou também no cinema de um grande sucesso, Meus 15 anos. O que mais lembra dos bastidores, da parceria com a Larissa Manoela? Foi uma imersão maravilhosa ter feito parte de Meus 15 anos. Lari é uma estrela. Tenho muita admiração pelo trabalho dela e também como pessoa, nos divertimos muito durante este projeto.

Você vem fazendo muito cinema, é um dos seus gêneros preferidos? Sou apaixonado por cinema, mas não tenho um gênero preferido. Ano passado estive em cartaz com o espetáculo Paraíso Perdido e também dei vida ao Graveto em Malhação - Toda Forma de Amar. Porém, acredito que o cinema nacional vem crescendo cada vez mais e tenha mais visibilidade.

A gente sabe que a carreira de ator no Brasil não tem nada do glamour que passa, é de muita batalha. Você enfrentou muitos perrengues até ter a sua primeira chance? Sim, alguns. Porém meus pais sempre me apoiaram durante minha trajetória e sou muito grato por isso.

Recentemente você atuou em Malhação, o que leva deste trabalho? Dei vida ao Graveto, um personagem muito intenso, bad boy que quase sempre fazia as escolhas erradas. O que levei de mais importante foi a conexão que construí junto com meus amigos de cena e equipe.

Bruno entre os colegas de cena em M8, Juan Paiva e Fabio Beltrão. Foto: Divulgação

Como iniciou a sua relação com as artes? Comecei com 14 anos a estudar teatro, depois de ter feito o teste para interpretar o príncipe de Sasha no filme Xuxa em O mistério de Feiurinha e não ter passado. Depois não parei mais, fui me apaixonando cada vez mais pela arte aprendendo com cada imersão.

Você também é formado em educação física. Seria um plano B para a carreira de ator ou é outra paixão também? É minha outra paixão. Gosto de ter um estilo de vida saudável. Estudar sobre o corpo o humano e levar saúde para as pessoas através do exercício físico é algo que me faz muito bem também e me aproxima deste estilo de vida. Além disso sou apaixonado por todo tipo de esporte.